SAF científico

Experimento agroflorestal de longa duração (“SAF científico”):  
Manejo da Diversidade Funcional para gerar Múltiplos Serviços Ecossistêmicos

O LEAp iniciou em 2016 experimento de longa duração na Área da Ecologia Aplicada na Fazenda Experimental da Ressacada da UFSC (Fig. 1). Em plantio experimentais de sistemas agroflorestais relevantes para agricultores testamos o efeito da diversidade funcional de cultivos agroflorestais sobre a multifuncionalidade do agroecossistema, incluindo:

  1. a produtividade dos cultivos (biomassa e colheitas);
  2. a prevenção da invasão por plantas espontâneas pela ocupação de nichos ecológicos e redundância funcional;
  3. a sincronização da mineralização do  material orgânico com a demanda dos cultivos por nutrientes;
  4. a mitigação da lixiviação e da perda gasosa de nutrientes (especialmente nitrogênio);
  5. a conservação in situ da biodiversidade da Mata Atlântica (especialmente espécies raras e ameaçadas com potencial econômico ou social);
  6. etc… [novos/as estudantes e colaboradores estão bem-vindos a propor outras respostas a serem analisadas – por favor entrar em contato]

Faixa de anuais

Fig. 1: Faixa de adubos verdes herbáceas eretas anuais 5 meses após primeira semeadura em sistema agroflorestal na Área da Ecologia Aplicada AEAp na Faz. Experimental da Ressacada da UFSC. Consórcio de Crotalaria spectabilis e Canavalia ensiformis no primeiro plano [Foto: Renata Lucas]

Entre todos tratamentos mantemos constante:

  1. a riqueza de espécies de cultivos;
  2. a riqueza de formas de crescimento de cultivos;
  3. as abundâncias relativas entre formas de crescimento de cultivos.

Essencialmente avaliaremos se uma alta heterogeneidade de qualidades de biomassa (concentração de nitrogênio foliar) entre espécies de cultivos consorciados gera maior multifuncionalidade sócio-ambiental do agroecossistema. Ou seja, avaliaremos quais características ecofisiológicas (baseados em atributos funcionais) de cultivos conferem maior complementariedade quando consorciados, em termos de promover sinergias e amenizar demandas conflitantes (tradeoffs) entre as funções supracitadas.

Os resultados nos permitirão inferir como agricultores e outros decisores sobre o manejo de ecossistemas podem escolher e combinar plantas para fins econômicos e sociais, sem prejudicar a integridade dos ecossistemas e outros atores sociais no território.

Na segunda fase, a partir do 5º ano após implantação, as faixas adubadeiras do SAFcientífico foram reformuladas de uma maneira que permite o manejo frequente mecanizado, incluindo o corte e a transferência lateral da biomassa, usando implementos agropecuários amplamente usados na agropecuária brasileira (Fig. 2).

Fig. 2: Organização espacial de faixas sujeitas a diferentes tipos e frequências de perturbações (corte e transferência lateral de biomassa) que aceleram a restauração biológica do solo, sequestro de carbono e adubação verde.


A primeira fase do projeto foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Chamada MCTI/CNPq N° 01/2016 – Universal (Processo 409638/2016-1).